FOLCLORE
FOLCLORE
Você conhece a Mula sem Cabeça? O Curupira? O Chupa Cabra? O lobisomem? Sabia que eles fazem parte do folclore brasileiro? Sabia né? Mas talvez você não saiba que não é só de assombração que é feito o mundo do folclore não. Têm também os costumes, tradições, músicas, linguagem, brinquedos, brincadeiras, mitos, contos, superstições, artesanato, festas populares... Daí nas festas tem as danças folclóricas como o baião, o frevo, o maracatu, a quadrilha... É. Isso tudo é folclore brasileiro e da melhor qualidade!
Além das lendas e danças folclóricas existe também a música folclórica composta pelas cirandas de roda, cantigas, serenatas, acalantos... Isso tudo sem falar da literatura de cordel, trava língua, quadrinhas, perlendas. Tem muita coisa mesmo pra gente aprender com o Folclore.
Mas nesse especial vamos falar das lendas. Você sabe o que é uma lenda? Não. Não é a filha do piolho, aquela é a lêndea. Lenda nada mais é do que uma história cheia de fantasia que é contada de geração pra geração através dos tempos. Elas são em grande parte histórias muito, muito antigas e que muita, mas muita gente já escutou.
E como em toda história, as lendas também tem seus personagens. Que tal a gente conhecer agora algumas dessas personagens?
Olá, eu sou a Cuca ou Coca, dependendo do lugar onde apareço tenho um nome diferente! Pode ser Cuca, Coca, Coco, La Cuca, enfim...
Sou uma velhinha feia em forma de jacaré que rouba criancinhas desobedientes, que não dormem cedo e que falam fora de hora.
Todos têm muito medo de mim, apareço sempre à noite e levo as crianças em sacos.
Cuidado comigo, não faça manha, nem desobedeça porque senão te pego e te levo no meu saco!
Ando por aí cantando:
Dorme nenê,
Que a cuca vem pegar,
Papai foi na roça,
Mamãe foi trabalhar!
CURUPIRA
Olá! Eu sou o Curupira, moro na Amazônia e sou um menino embora meu nome termine em A. Não sou muito alto não, mas também não sou baixinho. Sou ruivo por parte de mãe e por parte de pai. Eu acho, não sei bem. Tenho os pés com calcanhares pra frente e quando eu quero ninguém me acha.
Minha fruta predileta é manga, ainda bem que tem muito na mata que eu moro e das bem docinhas. Uma das coisas que eu mais gosto é ficar na sombra das árvores comendo frutas. Não é fácil me ver, eu me escondo bem, e se alguém tentar me ver eu saio correndo e não deixo nem pegada, quer dizer, deixar pegada eu deixo, mas quem é que entende um rastro de pés virados pra dentro? É difícil.
Eu sou protetor das matas. É, sou meio super herói. Não gosto de caçadores e nem de ninguém que queira destruir a floresta porque a floresta é a minha casa. Minha e de mais um montão de bichos, plantas e seres da natureza. Por isso eu cuido dela e quando vejo alguém que possa ameaçar essa natureza eu jogo meu encanto e faço a pessoa ficar perdida na floresta, muito, muito, muito tempo. Até eu cansar e a pessoa ficar com muito medo de mim e ir embora.
Eu sou muito curioso. Muito mesmo. Por isso, um dos jeitos de me deixar distante é fazer uma bolinha de cipó com uma trança e me desafiar pra encontrar a ponta da bolinha. Eu vou correndo e pego aquela bolinha e fico mexendo nela de um lado, do outro e quando eu vejo a pessoa fugiu. Foi embora.
MULA SEM CABEÇA
Eu sou a Mula Sem Cabeça, uma lenda muito famosa e conhecida em todo o Brasil. Adoro a lua cheia, sou muito bonita, posso ser marrom ou preta, tenho ferraduras de prata e de aço, um relincho muito alto. No lugar de uma cabeça de mula tenho uma imensa chama de fogo que está sempre intensa. Eu queria ter cabelos bem longos e loiros, mas o que fazer se sou uma lenda sem cabeça?
Há quem diga que eu sou uma versão feminina do lobisomem e que fico assombrando casas perto de igrejas, imagina só. Eu não assombro só casas perto da igreja, assombro as que ficam longe também. Adoooro assombrar! Bú! Assustou? Não? Ah! Mas eu assombro todo mundo. Ninguém escapa de mim nas noites de lua cheia de quinta para sexta-feira. É nessa noite que me transformo de mulher para Mula Sem Cabeça.
E eu corro muito rápido e em alta velocidade durante toda a noite assombrando todo mundo que cruza o meu caminho, quanto mais eu corro mais gente eu assusto porque consigo ir rápido de um lugar para o outro. E fico assim em formato de Mula Sem Cabeça até o nascer do sol e o terceiro galo cantar. Aí eu volto pra minha forma humana.
Mas enquanto sou Mula sem Cabeça eu ataco muitas pessoas. Só não consigo atacar a pessoa quando ela deita de bruços no chão e esconde as unhas e os dentes. Daí eu sou obrigada a ir embora. Não gosto nada disso porque eu gosto mesmo é de assombrar. Nunca queira me encontrar, pois eu sou má e muito, muito assustadora. Quem me vê jamais esquece.
Sou o Negrinho do Pastoreio e minha história era contada por muitos brasileiros que lutavam pelo fim da escravidão. Naquela época havia o dono de uma fazenda que era muito malvado, um dia ele me mandou para pastorear cavalos. Voltei no fim da tarde e o fazendeiro percebeu que faltava um cavalo.
Levei uma surra tremenda! Depois do sufoco que passei, encontrei o cavalo que estava faltando pastando, lacei-o com a corda, mas ele fugiu de novo.
Quando voltei sem o cavalo mais uma vez o fazendeiro me espancou e me amarrou em cima de um formigueiro.
No dia seguinte o fazendeiro levou o maior susto! Quando ele chegou, eu já não tinha marcas pelo corpo, estava em pé e ao meu lado estava a virgem Nossa Senhora juntamente com alguns animais.
Ele se ajoelhou e me pediu desculpas, mas apenas beijei a mão de Nossa Senhora, montei em um cavalo e parti conduzindo os outros animais.
SACI PERERÊ
Eu gosto de azedar o leite, quebrar pontas de agulhas, esconder coisas, embaraçar novelos de lã, jogar mosca na sopa dos outros, queimar o feijão que está no forno, o bolo no fogão, ficar gorando a galinha botando ovo, puxar o rabo do porco, fazer barulho no bambuzal, correr atrás do gado a noite e provocar cachorro é o que eu mais gosto de fazer. Eles latem e fazem o maior barulho.
Eu, como todo Saci me divirto fazendo maldade, mas não maldade grande e feia. Maldadezinha das pequenas. Eu vou de um lado pro outro num redemoinho de vento. É assim que eu me locomovo e pra me pegar só com peneira. É. Uma peneira e eu já era. Fico preso, mas posso fugir. Agora, se tirarem o meu gorro e me prenderem dentro de uma garrafa daí eu não tenho como fugir e a pessoa que me prender vira meu dono. Até hoje ninguém me pegou não.
Eu não sou só bagunceiro. Eu conheço muito bem a floresta. Tão, tão bem que entendo tudo de ervas e sei fazer um montão de tipos de chá. Além deles serem gostosos, ajudam na cura de doenças. Os sacis são bons com ervas. É um segredo de família e nenhum saci pode contar pra ninguém.
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